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Não, não será uma guerra nem limpa, nem rápida

Posted: 19 de mar. de 2011 | Publicada por AMC | Etiquetas: ,

Legenda oficial: «A Tomahawk missile is launched from the guided-missile destroyer USS Barry in support of Operation Odyssey Dawn late Saturday night.»

As agências Reuters (aqui) e France Press (aqui) avançam que a televisão líbia está a noticiar que um avião francês foi abatido na região de Tripoli. Um porta-voz do exército garantiu diante dos ecrãs que os ataques da «cruzada inimiga» atingiram «objectivos civis» e o hospital de Bir Osta Miled, a 15 km de Tripoli. Reportou também ataques em Zouara, Misrata e Benghazi, e falou de um depósito de combustível como alvo. A Reuters (aqui) e a Al Jazeera (vídeo aqui) já tinham confirmado o disparo dos primeiros mísseis pelos EUA e a CNN acaba de mostrar (aqui e aqui), em directo, as fotos da Marinha norte-americana do momento em que foram lançados. (vídeo aqui)
Já aqui tinha escrito e repito: que não se pense que esta guerra será limpa e rápida.
Assim que a França iniciou a primeira ofensiva, o Ministério dos Negócios Estrangeiros líbio assegurou que o seu país dará resposta militar às forças aliadas sediadas no Mediterrâneo. Kadhafi já tinha começado a mover-se na região. Como qualquer ditador, tantos anos no poder não lhe trouxeram só inimigos. Também lhe granjearam amigos e, sobretudo, influências que sabe ter chegado a hora de usar.
É previsível que não hesitará em usar cada baixa causada pelas forças internacionais (porque as haverá, não tenhamos sobre isso a menor dúvida), tentando captar apoios agora improváveis ao seu regime entre os descontentes e chocados. Estamos a falar de uma região complexa, de sensibilidades múltiplas e à flor da pele.
Tanto no Médio Oriente como no Ocidente, mesmo a opinião pública inicialmente favorável a uma intervenção na Líbia tenderá a alterar-se assim que forem mortos os primeiros inocentes. Kadhafi sabe disso e não terá o menor pudor em exibir e promover a ampla divulgação dessas mortes. Terá a seu favor, do lado do Ocidente, o trauma da memória ainda recente da investida no Iraque e, do Oriente, a eterna desconfiança diante da presença, excessivamente próxima do adversário Ocidental.

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