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Índios isolados: Funai preocupada com a possibilidade de conflitos entre tribos

Posted: 1 de fev. de 2011 | Publicada por por AMC | Etiquetas:

foto de Gleison Miranda/FUNAI
Para a fundação, migração de grupos do Peru para o Brasil pode causar confrontos "como não se via há 500 anos"

A Fundação Nacional do Índio (Funai) está monitorando grupos indígenas que vivem isolados perto da fronteira do Acre com o Peru, que podem causar conflitos.
A migração de grupos do país vizinho para o Brasil pode causar um confronto entre índios "como não se via há mais de 500 anos", diz o indigenista da Funai Artur Figueiredo Meirelles, coordenador da frente de proteção etnoambiental de Envira, no Acre.
Na região de Envira, há pelo menos três etnias que nunca tiveram contato entre si ou com a sociedade. Com a extração de madeira na Amazônia peruana e a exploração de coca, os índios nômades do Peru fogem em busca de caça e alimentos para coleta, diz o ex-coordenador da frente de proteção José Carlos dos Reis Meirelles.
De acordo com Figueiredo, é possível deduzir pela observação feita em sobrevoos que os nômades estão se aproximando dos isolados. Caso se encontrem, a reação natural dos índios isolados é defender o território pelo combate.
A organização não-governamental de proteção aos índios Survival Internacional divulgou, ontem, fotos de um dos três grupos de índios isolados no Acre. Nas imagens, feitas pela Funai em março de 2010, eles aparecem com o corpo coberto de urucum, empunhando arcos e flechas. Nos cestos é possível identificar mamão e mandioca.
O mesmo grupo já foi fotografado em 2008 e é monitorado há 23 anos, de acordo com José Carlos dos Reis Meirelles. As observações são feitas à distância (por terra) ou por sobrevoos a cada um ou dois anos.
Os índios das outras duas tribos nunca foram vistos, pois eles fogem para o mato quando escutem o barulho das aeronaves, diz o indigenista. "Até pouco tempo, bem recentemente, a política era de se fazer contato. Não queremos mais isso. No caso desses índios, as imagens mostram que estão levando uma vida muito saudável e estão muito bem, obrigado. Não precisam da gente", afirma Artur Figueiredo.
Segundo estimativas de Meirelles, há pelo menos 600 índios vivendo nos três grupos isolados, somente na comunidade fotografada são cerca de 300 índios. O número não é preciso porque é obtido com base no tamanho do território ocupado pelas tribos. A Funai estima que existam no Brasil 67 grupos de índios isolados no País.

publicado no Diário do Nordeste

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